Património Arqueológico e Arquitectónico

Património Arqueológico e Arquitectónico

DÓLMEN DE CARAPITO I

DÓLMEN DE CARAPITO I, TAMBÉM CONHECIDO COMO “CASA DA MOURA”

O Dólmen de Carapito I, também conhecido como “Casa da Moura” foi classificado como Monumento Nacional pelo Decreto n.º 735/74, Diário do Governo, I Série, n.º 297, de 21 de dezembro de 1974.

O Dólmen de Carapito I é um dos mais emblemáticos e imponentes monumentos megalíticos do país. Este monumento foi alvo de trabalhos arqueológicos em 1966 por Vera Leisner e Leonel Ribeiro, cujos importantes resultados o catapultaram para uma projeção internacional que ainda hoje poucos dólmens portugueses possuem.

Localmente conhecido como “Casa da Moura”, este monumento é um perfeito exemplo de como as comunidades locais se encontram perfeitamente harmonizadas com o património arqueológico e histórico e de como este fascina e alimenta a imaginação popular. 

Nesta altura está a desenvolver-se um projeto para o restauro e qualificação deste monumento. O projeto de restauro deste dólmen irá permitir às pessoas terem uma imagem próxima de como seria este monumento há seis mil anos. Para tal, não só irá ser reconstituída a mamoa, como também serão recolocados os esteios partidos e colocada a tampa que primitivamente cobria o monumento. A concretização deste projeto pretende ser uma experiência de envolvimento da população e resultar num exemplar pedagógico da grandeza monumental do megalitismo na região.

PELOURINHO DE CARAPITO

De acordo com as inquirições de D. Afonso III de 1258 a paróquia de Santa Maria de Carapito existia já, a freguesia é referida como pertencendo a cavaleiros fidalgos (villa de Carapito est de militibus), sendo servida por juízes régios, fazendo referência ao "concelho", sendo de supor que nessa época Carapito já usufruía de privilégios semelhantes aos de um município, ainda que não tivesse foral  . O foral novo que cria o concelho de Carapito foi outorgado por D. Manuel em 1514. O concelho foi extinto em 1836 e integrado no concelho de Aguiar da Beira.
É a importância deste passado que o Pelourinho de Carapito representa nos dias de hoje.
O soco é de quatro degraus octogonais, com rebordos boleados. A coluna é de secção octogonal, com base quadrada e chanfrada nos ângulos e rematado por um capitel anelar. A gaiola de remate superior, de grandes dimensões, é formada por dois troncos piramidais de base oitavada truncados sendo o de baixo invertido e o de cima sustentado por colunelos. Um dos colunelos já não existe e outros dois estão mutilados. O chapéu da gaiola é rematado por um pináculo encimado por pequena esfera, da qual sai uma bandeirola de ferro forjado.
Na região existem outros pelourinhos idênticos, destacando-se o de Aguiar da Beira, no mesmo concelho; os de Algodres, Almendra, Aveloso, Castelo Mendo, Castelo Rodrigo, Moreira de Rei, Muxagata, Trancoso, Marialva, Alverca da Beira, Aveloso, Cedovim.
Em 2013 o Município efetuou uma intervenção de valorização da Praça do Pelourinho de Carapito, que qualificou todo aquele espaço sobretudo com a sua repavimentação.

PELOURINHO DE PENA VERDE

O Pelourinho de Pena Verde foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-Lei, n.º 23:122, Decreto do Governo, I série, n.º 231 de 11 outubro 1933.
D. Sancho II concedeu a Pena Verde carta de foral em 1240, confirmada em 1278 por D. Dinis, e novo por D. Manuel em 1514. Penaverde foi concelho até 1836, quando passou a integrar o concelho de Trancoso. Em 1840 passou a integrar o concelho de Aguiar da Beira.
É esta importante história da freguesia que o Pelourinho de Pena Verde representa nos dias de hoje.
É um monumento muito singelo, que geralmente se aceita ter sido erguido no século XV, o que faz dele o mais antigo dos três pelourinhos do concelho de Aguiar da Beira  .
O pelourinho é constituído por um soco de dois degraus de pedra irregular. A coluna possui uma base quadrangular chanfrada nos ângulos, com ligeiro galbamento na zona superior de base e capitel em forma de pirâmide truncada invertida  ; o fuste é de secção oitavada.
Na grande intervenção de valorização que o município realizou em 2007 o pelourinho foi consolidado limpo, mas foi a qualificação dos espaços urbanos adjacente que veio conferir uma especial dignidade ao pinoco, como o pelourinho é chamado pela população.


PONTE PORTUCALENSE SOBRE O RIO COJA

A Ponte Portucalense sobre o Rio Coja foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto do Governo n.º 1/86, Diário da República, I Série, n.º 2 de 03 de janeiro de 1986.
Também conhecida como Ponte do Candal trata-se de um imóvel edificado com especial cuidado e técnica. De cantaria de granito de aparelho regular é constituída por dois arcos de volta perfeita com talhamar no pegão central. O tabuleiro tem três planos, sendo o central plano e os dois laterais, de acesso, ligeiramente rampeados.
Apesar do seu aspeto e caraterísticas medievais, a consideração de que a mesma integrava um dos ramais da via romana que ia de Viseu a Mérida contribui para que se lhe atribua a cronologia a esse período histórico, considerando-se que terá sido reutilizada após a reconquista, já em plena época medieval, integrada num caminho rural de uma área florestal  . No SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitetónico da Direção Geral do Património Cultura, registo IPA.00001368 esta datação é fixada, ainda que hipoteticamente, entre os séc. IV a.C. e o séc. IV, ou seja em plena época romana .


SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DOS VERDES​​​​​​​​​​​​​​

SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DOS VERDES, INCLUINDO A SUA DECORAÇÃO INTERIOR, NOMEADAMENTE AS OBRAS DE TALHA E AS PINTURAS

O Santuário de Nossa Senhora dos Verdes, incluindo a sua decoração interior, nomeadamente as obras de talha e as pinturas foram classificados como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 8/83, Decreto do Governo, I Série, n.º 231 de 11 de outubro de 1933.
A Senhora dos Verdes protege das pragas e fenómenos naturais a agricultura, velando para que hajam boas e fartas colheitas.
Esta devoção deve remontar ao ano de 1720, quando uma praga de gafanhotos se abateu sobre os campos da região, desaparecendo, somente, graças à intervenção de Nossa Senhora  . Disto é testemunho um ex-voto localizado no intradorso do arco triunfal que representa uma procissão e onde consta a inscrição: " MILAGRE QVE FES N. S. DOS VERDES EM AS SEARAS DESTRVIDAS DOS BICHOS E FAZENDO HVA MVI DEVOTA PROSIÇAM OS MORADORES CIRCVM VEZINHOS, FOI NOSSA SENHORA SERVIDA QVE SE APLACASSE ESTA PRAGA. ERA DE 1720".
Esta invocação à Senhora dos Verdes repete-se num santuário de Abrunhosa-a-Velha, concelho de Mangualde e numa outra ermida próxima de Manteigas  .
A construção do edifício será provavelmente do séc. XVII. Uma capela de arquitetura muito simples e singela, mas cuja decoração do séc. XVIII, de gosto barroco e joanino transforma e valoriza o espaço, integrando a riqueza, policromia e complexidade característicos deste estilo arquitetónico.
Através dos tetos em caixotões, na nave e capela-mor, e dos retábulos em talha dourada consegue-se a continuidade e uniformização do espaço, mas assegurando a singularidade temática de cada área da capela: no corpo da capela as pinturas do teto, em caixotões, representam momentos da vida de diversos santos; na capela-mor a temática passa a integrar ilustrações das ações sagradas de Nossa Senhora e Cristo. 
Exemplo especial da policromia e da estética barroca é o retábulo-mor com os marmoreados fingidos e as colunas torsas a enquadrar os arcos, entre os quais se destaca o central, que integra a imagem de Nossa Senhora dos Verdes.
No final dos anos 80 do séc. XX foi efetuada uma campanha de intervenção no edifício que introduziu estruturas de betão armado, incluindo a cobertura da capela. A introdução das lajes de betão armado na cobertura teve importantes consequências negativas no suporte das paredes de pedra que as suportavam, pelo que no início do séc. XXI, com o apoio da autarquia, foram substituídas as estruturas de betão armado por estruturas de madeira. Foi, ainda, garantida a consolidação das paredes da capela e foram rebocadas as paredes exteriores do edifício de forma a, por um lado, retomar a imagem que a capela teria tido ancestralmente, por outro, para contribuir para conter a deterioração que as pedras de granito já apresentavam.

TRILOGIA MONUMENTAL DE AGUIAR DA BEIRA

TRILOGIA MONUMENTAL DE AGUIAR DA BEIRA

A Torre do Relógio ou Torre Ameada, a Fonte Ameada e o Pelourinho de Aguiar da Beira foram classificados como monumentos nacionais em 17 de agosto de 1922, conforme Decreto n.º 8 330 do Diário do Governo, I Série n.º 167, constituindo um trecho de arquitetura medieval. O Pelourinho de Aguiar da Beira tinha já sido classificado monumento nacional pelo Decreto de 16 de junho de 1910, Diário do Governo, n.º 136, de 23 de junho de 1910.

Esta trilogia monumental é única, com três monumentos nacionais a estruturarem um espaço, o Largo dos Monumentos, espaço público central na malha urbana medieval do centro histórico de Aguiar da Beira.

Em 2018 o município de Aguiar da Beira concretizou uma importante intervenção de qualificação dos monumentos que, para além das intervenções dos imóveis em si, redefiniu e valorizou o espaço urbano através da introdução de plataformas articuladas com cada um dos edifícios. Com estas plataformas estruturou-se, desenhou-se e se conferiu-se lógica ao vasto espaço urbano do Largo dos Monumentos. 


TORRE DO RELÓGIO OU TORRE AMEADA

De planta quadrada, a torre é uma estrutura imponente que marca o espaço urbano.
A cronologia do edifício aponta para o início da construção no séc. XIV reportando ao reinado de D. Dinis, rei que concedeu foral à Vila de Aguiar da Beira, mencionando-se a reconstrução de um castelo de origem castreja e pré-nacional. Os quatro escoantes de água em forma de cano de canhão localizados nos quatro cantos do topo da torre justificam a referência a grandes intervenções na torre no século XVII, havendo mesmo referências a ampliações do imóvel. Menciona-se ainda uma intervenção em 1777 para restaurar o relógio da torre. Em 1942/1943 a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), no âmbito do projeto de restauro do Castelo de Aguiar da Beira, efetuou uma intervenção de consolidação na torre que incluiu “o assentamento de degraus em cantaria, paramentos, merlões e lajeamento, tomada de juntas; refechamento de juntas com argamassa hidráulica, cintagem em betão armado, construção da cobertura”  . Em 1945 a mesma DGEMN interveio para restaurar a torre, trabalhos que incluíram “construção de vigamento em madeira para assentamento do soalho, assentamento de escadas de madeira”  .
A torre designa-se Torre do Relógio porque desde pelo menos o séc. XVIII que é este marco urbano que dá as horas que orientavam a vida das populações de Aguiar da Beira. Primeiro com um designado “marcador do tempo”, que marcava as horas por batida nos sinos e posteriormente foi instalado em 1921 um belo maquinismo do relógio contruído em França pela fábrica Francis Paget & C.ª, Sucs.
A intervenção de qualificação da torre realizada pela autarquia em 2018, para além da consolidação e limpeza das paredes exteriores, serviu, sobretudo, para reconstruir todo o seu interior que se encontrava em ruínas. Neste momento a torre é visitável podendo subir-se pelos seus 3 pisos e apreciar, no último piso, o marcador do tempo e o relógio agora completamente restaurados e com o maquinismo do relógio a funcionar, tendo voltado a marcar as horas.


PARA VISITAR A TORRE
Visitas por marcação: 
. No Posto de Turismo de Aguiar da Beira, na Av. da Liberdade, n.º 23
. Pelo telefone: 232 689 101
. Por correio eletrónico: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
. Horário de Inverno (Outubro a Abril):
Segunda-feira, terça-feira e quinta-feira 9h00-12h30/14h00-17h30, quarta-feira e sexta-feira 13h00-19h00
. Horário de Verão (Maio a Setembro):
Segunda-feira, terça-feira e quinta-feira 9h00-12h30/14h00-17h30, quarta-feira e sexta-feira 13h00-19h00
Sábados: 14h00 – 17h30
Domingos: 9h00 – 12h30

FONTE AMEADA

Aponta-se a construção da fonte para os séc.s XIV ou XV. Havendo referências para a época da reconquista Dionisina do antigo Castelo no início do séc. XIV  .
A fonte é de planta quadrada com cobertura em terraço lajeado. O acesso à fonte de chafurdo ou de mergulho é definido por um arco quebrado que remete para o estilo gótico. A inscrição que se encontra no estremo do parapeito do lado esquerdo que refere “rui periz / me fez” ou “rui periz / martiinz”   é em carateres também góticos, o que confirma as classificações cronológicas e estilísticas definidas para o imóvel.
O edifício encaixa-se na topografia da praça, permitindo o acesso ao terraço que concretiza um espaço público, um palco sobre a praça que, diz a tradição, era onde se reuniam os conselhos municipais – os homens bons.
A fonte é ainda caraterizada pelos bancos dos embasamentos das fachadas oriental e ocidental e pelos bancos existentes no acesso enterrado à fonte de chafurdo.
Estes elementos conferem à Fonte Ameada da Vila de Aguiar da Beira uma importante originalidade, caraterizando o imóvel e qualificando o largo onde se insere.
Na intervenção de qualificação da fonte realizada pela autarquia em 2018, efetuou-se a consolidação e limpeza das paredes exteriores e, sobretudo, restabeleceu-se o circuito da água que agora corre conferindo a este belíssimo monumento a sua identidade e trazendo para o Largo o elemento água, valorizando, ainda mais, este espaço urbano.

PELOURINHO DE AGUIAR DA BEIRA

Relaciona-se a edificação ou reedificação do pelourinho com o foral outorgado por D. Manuel em 1512  .
O pelourinho possui um soco de quatro degraus octogonais com saliência boleada nos espelhos. A base é de secção quadrada, chanfrada nos vértices superiores; o fuste é de secção octogonal, com anel de ferro a meia altura e rematado no topo por rebordo onde assenta o capitel em gaiola. A gaiola é definida por dois troncos piramidais octognais troncados; um na base invertido e, suportado por um só colunelo lateral e estrutura, um chapéu que, devido à inexistência dos restantes sete colunelos fica a pairar sobre a base, resultando uma estrutura quase inteiramente aberta. O chapéu é rematado por uma esfera armilar.
Mas se o Pelourinho é, por si, um elemento urbano de significativo interesse arquitetónico e patrimonial é a articulação com os restantes imóveis classificados do Largo dos Monumentos de Aguiar da Beira que lhe confere a singularidade de integrar um conjunto monumental único. A integração de três monumentos classificados diferentes num mesmo espaço urbano, a saber: o Pelourinho de Aguiar da Beira, a Torre Ameada e a Fonte Ameada; conferem àquele Largo uma identidade histórica e patrimonial que define a memória coletiva não só da população da Vila de Aguiar da Beira, mas também de todo o concelho e da região.
Na intervenção de qualificação da fonte realizada pela autarquia em 2018, efetuou-se, sobretudo, a sua consolidação estrutural e limpeza.


 

 

 

Visitar Aguiar da Beira, desde a Vila às aldeias que integram o seu território, faz-nos emergir num legado histórico anterior à fundação de Portugal.

Do período proto-histórico observamos três povoados, de possíveis origens castrejas, nomeadamente o Castro de Carapito, o Castro de São Pedro e o Castro das Abelhas. Podemos ainda contemplar as ruínas do Castelo de Aguiar da Beira, e, noutros lugares, diversas sepulturas e lagares escavados na rocha, com origem muito antiga. De um período mais recente, o centro histórico da vila incorpora, no Largo dos Monumentos, os monumentos nacionais que formam uma curiosa trilogia, única em toda a europa - a imponente Torre  do Relógio, uma Fonte Ameada (séc. XIV) e o Pelourinho Manuelino (séc. XVI).

Por todo o concelho, é visível a existência de um importante património religioso, composto por igrejas e capelas que, pela sua beleza ou originalidade, merecem ser visitadas e conhecidas.

Largo dos Monumentos - Aguiar da Beira

Dólmen I (Casa Moura) - Carapito

Santuário de Nossa Senhora dos Verdes - Forninhos

 Pelourinho - Penaverde

Ponte do Candal ou Portucalense - Coruche

Capela de Nosso Senhor do Castelinho - Eirado

 

Castro das Abelhas - Sequeiros

 

 

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